ATA DA DÉCIMA OITAVA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 09.08.1996.

 

Aos nove dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, no Salão de Atos da Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezesseis horas e trinta e quatro minutos constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão destinada a homenagear o Centenário da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nos termos do Requerimento nº 134/96(Processo nº 1929/96) de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a MESA: o Vereador Isaac Ainhorn, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, o professor Sérgio Nicolaiewsky, Reitor em exercício da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o professor José Carlos Ferraz Henemann, Diretor da Faculadade de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou as Presenças dos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, João Dib, Raul Carrion, Guilherme Barbosa, Lauro Hagemann, Reginaldo Pujol, Jocelin Azambuja, Darci Campani e Clovis Ilgenfritz, do Suplente de Vereador Pereira de Souza, do Deputado Federal Luiz Roberto Ponte que, nesta oportunidade, representa a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, do Major Joel Almeida, representando o Comando Geral da Brigada Militar, do Senhor Almir Porto da Rocha Filho, representando a Presidência do Tribunal da Justiça do Rio Grande do Sul, do Engenheiro Vicente Raubert que, representa o Senhor Prefeito Municipal Tarso Genro. O Senhor Presidente fez também, referência especial à Comissão Cultural dos 100 anos da Escola de Engenharia, responsável por todos os contatos e entendimentos para chegar a este evento: Senhores Engenheiros Dario Lauro Klein, Rui Pinheiro Lopes, Martin Renato Bishop e Maria da Graça Lima Correia e registrou a presença do Senhor Sérgio Pegoraro, Presidente do Sindicato da Construção Civil do Rio Grande do Sul. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem a execução do Hino Nacional. Logo após, o Senhor Presidente fez registro de uma manifestação do Reitor Égio Trindade dirigida à Presidência desta Casa. Em Prosseguimento, o Senhor Presidente falou da importância da realização desta Sessão Solene no espaço da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em homenagem ao centenário desta Escola onde se formaram figuras expressivas da Engenharia brasileira. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Câmara. O Vereador Antonio Hohlfeldt, pela Bancada do PSDB, prestou sua homenagem aos 100 anos da Escola de Engenharia da Universidade Federal do rio Grande do Sul e salientou o grande desenvolvimento de nossa cidade no decorrer deste século. O Vereador Darci Campani, em nome da Bancada do PT, parabenizou a Escola de Engenharia pelo seu centenário dizendo da importância da integração da Universidade Federal com o Legislativo Municipal. O Vereador Jocelin Azambuja em nome da Bancada do PTB, prestou sua homenagem à Escola de Engenharia, salientando que esta tem uma base importante de princípios na sua construção inicial, trazendo resultados positivos à sociedade na formação de profissionais da mais alta qualidade que contribuíram para o desenvolvimento do País iniciando um processo de mobilização comunitária. O Vereador Airto Ferronato, em nome da bancada do PMDB, ressaltou a importância da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que, em seu centenário, tem formado brilhantes engenheiros e muitos deles tem contribuído muito para a vida política de nosso País, nosso Estado e especialmente da nossa Capital. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PPB e como ex-aluno da Escola de Engenharia da UFRGS, discorreu sobre alguns de seus professores no passado desta Escola dizendo de suas expectativas de que esta continuará servindo a coletividade porto-alegrense, rio-grandense e brasileira. O Vereador Raul Carrion, em nome da Bancada do PCdoB, saudou a Escola de Engenharia da UFRGS ressaltando que esses 100 anos sã um marco na construção de uma tecnologia nacional, da criação de um País livre e soberano e também devem ser um brado de alerta em defesa da Universidade pública e gratuita, em defesa da autonomia tecnológica e da soberania nacional. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, saudou a todos os que representam os 100 anos de história fecunda, estendendo sua homenagem ao Engenheiro Luiz Roberto Ponte a quem considera um respeitável empreiteiro da construção civil. O Vereador Lauro Hagemann, em nome da Bancada do PPS, parabenizou a Escola de Engenharia pelo seu centenário, salientando ser impossível falar-se sobre a história da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sem fazer referência à Escola de Engenharia. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao professor Jarbas Miltinsky, que em nome da Faculdade de Engenharia, discorreu u pouco sobre a história desta Faculdade, destacando, nesta instituição, a forma qualificada e competente com que é tratada a educação de nível superior. Em continuidade, o Senhor José Carlos Henemann, Reitor em exercício da Universidade do Rio Grande do Sul, formalizou o agradecimento por parte desta Universidade, fazendo a entrega ao Presidente da Câmara Municipal do primeiro exemplar da medalha do centenário da Escola de Engenharia da UFRGS. Às dezessete horas e cinqüenta e dois minutos, nada mais havendo a tratrar, o Senhor Presidente agradeceu à presença de todos e declarou encerrados os trabalhos. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Isaac Ainhorn e secretariados pelo Vereador João Dib como secretário ”ad hoc”. Do que    eu, João Dib, secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.

 


        

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Temos a honra de dar por abertos os trabalhos da 18º sessão Solene da 4º Sessão Legislativa Ordinária da XI Legislatura. A Mesa é integrada por esta Presidência e, também,  pelo Magnífico Reitor da Universidade do Rio Grande do Sul, em exercício, Prof. Sérgio Nicolaiewsky. Também compõe a Mesa o Diretor da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Prof. José Carlos Ferraz Henemann.

Esta Sessão  tem por objetivo homenagear o centenário da Escola de Enge-  nharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul numa situação singular: Ela se realiza nas dependências da própria Universidade Federal. Por decisão unânime dos membros da Câmara Municipal da Cidade de Porto Alegre por ocasião da deliberação da prestação desta homenagem ,  e em entendimento com a própria Escola de Engenharia, com o Prof. Henemann e com a Comissão Coordenadora encarregada dos eventos do centenário da Escola de Engenharia estabeleceu-se realizar nas dependências da Universidade Federal, como, símbolo de reconhecimento da importância deste fato para a vida da Cidade e, também, para a vida do País,  a presente Sessão.

Gostaríamos  de  registrar  a  presença  dos  Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, João Dib, Raul Carrion, Guilherme Barbosa, Pereira de Souza, Jocelin Azambuja, Darci Campani e Clovis Ilgenfritz. Queremos, também, registrar a presença do Dep. Federal Luiz Roberto Andrade Ponte, que, nesta oportunidade, representa a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul; do Major Joe Almeida, representando o Comando-Geral da Brigada Militar; do Dr. Almir Porto da Rocha Filho, representando a Presidência do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul; do Eng. Vicente Raubert, que, nesta oportunidade, representa S.Exa. o Sr. Prefeito Municipal, Dr. Tarso Genro. Faço, também, uma referência especial à Comissão Cultural dos cem anos da Escola de Engenharia, responsável por todos os contatos e entendimentos para chegar a este evento, a esta sessão Solene: Srs. Engenheiros Dario Lauro Klein, Rui Pinheiro Lopes, Martin Renato Bishop e Maria da Graça Lima Correia.    

Registramos,  também,  nesta Sessão Solene,  a presença do Eng. Sérgio Pegoraro, Presidente do Sindicato da Construção Civil do Estado do Rio Grande do Sul. Convidamos todos os presente para ouvir, em pé, a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

(Executa-se o Hino Nacional Brasileiro.)

 

Gostaríamos de fazer o registro de uma manifestação do Reitor Égio Trindade, dirigida a esta Presidência nos seguintes termos:  (Lê.)

“Sr. Vereador Isaac Ainhorn, Presidente da Câmara Municipal, desejo saudar, na ilustre representação de V. Exa., a Câmara de Vereadores da Cidade de Porto Alegre. Sobretudo, cabe-me assinalar a nobre iniciativa desse Legislativo, ao efetuar sua Sessão Plenária no espaço da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com o objetivo de comemorar o centenário da Escola de Engenharia. Trata-se, efetivamente, marcando a trajetória histórica de uma instituição que, ao longo deste século, sempre  esteve na linha de frente do desenvolvimento educacional, científico e tecnológico do nosso Estado e do País. Assim, a decisão inédita da Câmara Municipal honra e distingue esta Universidade. Acima de tudo, quero crer que significa um gesto eloqüente do estreitamento dos laços que unem a instituição acadêmica à sua sociedade e aos mais profundos anseios da comunidade com vistas ao progresso e à conquista do bem coletivo. A Câmara Municipal poderá estar certa de que a Universidade Federal sabe a distinção, hoje recebida, em alta e agradecida consideração. Assina: Reitor Égio Trindade.”

Antes de passar a palavra aos Vereadores, que, por suas Bancadas, farão as manifestações da Câmara Municipal de Porto Alegre por ocasião desta Sessão Solene de homenagem ao centenário da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nós gostaríamos de fazer o registro da importância da realização desta Sessão Solene nos próprios da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Isso revela a preocupação dos Vereadores da Cidade de Porto Alegre em homenagear a centenária Escola de Engenharia onde se formaram figuras expressivas da engenharia brasileira. Obras expressivas de engenharia brasileira ocorreram com a participação da Escola de engenharia e de professores e profissionais oriundos dessa mesma Escola.

A história da Cidade de Porto Alegre, a história da Câmara Municipal tem muito a ver comas obras realizadas por esta Escola bem como pelos profissionais que desta Escola saíram. Prefeitos e Vereadores oriundos da Engenharia, notadamente da Escola de engenharia, ocuparam importantes posições tanto na Prefeitura Municipal como na Câmara Municipal de Porto Alegre. Muitos dos Vereadores  que integram a presente Legislatura têm a sua origem, primeiro, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, segundo, na Escola de engenharia. Faço essa representação especialmente na figura do Ver. e ex-Prefeito, João Antonio Dib, oriundo dos quadros desta Escola. Outra figuras oriundas desta Escola ocuparam, também, a Prefeitura de Porto Alegre bem como as vagas de Vereadores na Capital do Estado.

Este encontro, esta homenagem, com a singularidade e o ineditismo da realização desta Sessão no espaço da Universidade Federal revela, a meu juízo, a importância da parceria, de ação prática da área política, com o conhecimento oriundo a Universidade. Essa parceria, Srs. Vereadores, representantes da homenageada, minhas senhoras, meus Senhores, é fundamental, é fundamental,  seja para o desenvolvimento técnico-científico, seja para o aperfeiçoamento das instituições políticas. Reconhecemos o esforço que vem sendo feito, nesses últimos anos, pelo Reitor da Universidade Federal no sentido de estabelecer parcerias com a Prefeitura Municipal da Cidade de Porto Alegre e com a Câmara de Vereadores desta Cidade. Recordo-me que, nos primeiros dias de minha investidura como Presidente da Câmara Municipal, recebi a visita do Reitor Égio Trindade, manifestando a intenção de estreitar as relações da Universidade Federal com a Câmara Municipal de Porto Alegre. De outro lado, na organização deste evento e na participação dos eventos alusivos ao centenário desta instituição, estivemos, junto com a Comissão Cultural e com o Diretor da Escola de Engenharia, estabelecendo linhas de atuação e buscando a indicação de ações conjuntas da Escola de Engenharia com a Câmara Municipal de Porto Alegre. Muito necessitamos desta Escola, porque os nossos trabalhos, as nossas avaliações, os nossos problemas, o nosso quotidiano são basicamente ligados à Engenharia. Portanto, essa parceria, que se , manifesta nesta Sessão Solene, deve ser apenas o Marco referencial de um conjunto de atividades da Escola de Engenharia, da universidade Federal com a Câmara Municipal. Através dessas parcerias, nós estaremos, no concreto, no próprio local onde as nossas vidas se desenrolam, buscando alternativas de melhor qualidade de vida para a nossa Cidade. Temos grandes problemas na nossa estável Porto alegre de 1.300.000. habitantes na nossa Região Metropolitana de 3.300.000. habitantes: os complexos problemas viários, os complexos problemas de Engenharia de trânsito, os complexos problemas de saneamento, de todas as questões básicas - pluviais, cloacais. Isso tudo, que constitui o quotidiano das nossas vidas, diz respeito com atividade profissional dos senhores, como também o redimensionamento e a avaliação quase que permanente das estruturas e dos regimes urbanísticos da nossa Cidade. É por isso que, neste momento, nós nos sentimos, como Vereadores e como Representantes da Câmara Municipal de Porto Alegre, orgulhosos por estarmos prestando, aqui, esta homenagem à Escola de engenharia por ocasião do seu centenário. Que este momento sirva de motivação para darmos continuidade a um trabalho de parceria que, certamente, terá apenas um objetivo: o bem comum dos municípios da nossa Cidade. Muito obrigado.

É uma  honra eu  passar  a  palavra, neste momento,  ao Ver. Antonio   Hohlfeldt, do Partido da Social Democracia Brasileira, que está com a palavra.

 

O SR. ANTONIO HOHFELDT: Quero saudá-lo, Sr. Presidente, neste momento, e especialmente ao Prof. Sérgio Nicolaiewsky, na representação do Magnífico Reitor desta Universidade; ao Prof. José Carlos Ferraz Henemann, prezado Diretor da Faculdade de Engenharia da UFRGS. Certamente, eu me poderia sentir como um peixe fora d’água, porque, afinal de contas, apesar de ex-aluno desta Universidade, a minha formação é lá da área das humanísticas, e, geralmente, nós não nos relacionamos muito bem: achamos que o Engenheiro é muito chato, e o engenheiro deve achar que nós somos muito sonhadores. Mas, por deferência da Casa, por obrigação da representação, mas, sobretudo, por uma vontade muito particular de estar presente neste ato, sinto-me, aqui, ao contrário, à vontade. e à vontade, em primeiro lugar, porque encontro professores a quem vi ainda era aluno desta Universidade, alguns talvez, hoje, já retirados da cátedra do dia-a-dia. Encontro amigos e encontro profissionais a quem, muitas vezes, nós nos sentimos obrigados, a chamar, a apelar no sentido de colaborar, não conosco, mas com a Cidade, quando nós temos que decidir alguma coisa na Casa do Povo. Permitam-me sobretudo - eu tinha certeza de que esta presença estaria aqui - citar o Prof. Mozart Pereira Soares, sobre quem escrevi, há pouco, um pequeno texto. Comentamos com meus colegas Vereadores, eu dizia: “Tenho certeza de que o Prof. Mozart vai estar lá na festa , e a festa vai estar, então, completa”. O Prof. Mozart, que é, para mim, a referência mais direta, sem nenhum desabono a ninguém mais, diz exatamente da função e do sentido da Escola de Engenharia. Não são cem anos da Escola de Engenharia apenas; são cem anos de histórias, de pessoas, de gerações de uma cidade inteira que passaram através do ensino que foi desenvolvido nesta Escola. São cem anos de um conjunto de idéias que chegaram a uma pequena cidade no século passado e que a fizeram se transformar nesta Metrópole que é, hoje, a Cidade de Porto Alegre. São cem anos em que cruzaram gentes vindas de todos os lugares, inclusive de outros estados, de outros países, e que aprenderam o que era o Brasil, o que era o Rio Grande do Sul, o que era Porto Alegre, o que era um planejamento, o que era uma estrutura, o que era engenharia, o que era, sobretudo, como se trabalha com a coisa pública em prol do público.

Portanto,  Sr. Presidente, Sr. Professor Diretor  desta  Faculdade, deste Curso, Sr. Representante da Reitoria, companheiros Vereadores, Srs. Professores, sinto-me muito tranqüilo, muito à vontade e muito feliz por estar na representação dos  companheiros tucanos, por estar na representação desse Partido que se faz presente na Câmara, para trazer o nosso abraço, a nossa saudação. São cem anos, sem dúvida nenhuma, de cada um de nós. Pedindo Licença ao Prof. Jarbas Militisky, que vai fazer a saudação final, permitam-me explicar a todos os presentes que, pela morte do Presidente da associação Rio-grandense de Imprensa, Jornalista Antonio Gonzalez, eu vou me retirar de imediato. Devo acompanhar aquele companheiro até o último momento. Peço desculpas aos senhores, mas aquela é também uma obrigação que tenho como jornalista que sou. Mais uma vez o meu abraço, Muito obrigado. ( Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.) 

 

O SR PRESIDENTE: O Ver. Darci Campani está com a palavra pela Bancada do PT.

 

O SR. DARCI CAMPANI: Exmo. Sr. Presidente da Câmara, Ver. Isaac Ainhorn; Magnífico Reitor em exercício. Prof. Sérgio Nicolaiewsky, meu professor na Faculdade de Agronomia e meu colega de Direção da ADUFRGS; Prof. José Carlos Henemann, meu Diretor da Escola de Engenharia, é com muita honra que, nesses cem anos de Faculdade, eu, professor da Escola de Engenharia - Departamento de engenharia Mecânica -, na condição de Vereador da Bancada do Partido dos Trabalhadores,  venho prestar esta homenagem à Escola de Engenharia, da qual sou, indiretamente, egresso, já que sou de um dos institutos que se emanciparam da Escola de Engenharia. Sou da Faculdade de Agronomia. São cem anos, como falou o nobre Vereador que me antecedeu, que representam a história de muitas pessoas; são cem anos que representam a construção de uma sociedade, que representam a construção do conhecimento que essa sociedade acumulou durante esse tempo. A integração da Universidade com a Prefeitura e com o Poder Público Municipal Legislativo também, nesses anos, foi construída passo a passo por ter a Prefeitura e nós, Legislativo, a necessidade de aceso a esse conhecimento. Vejo, aqui, o Prof. Ênio Cruz que, recentemente desenvolveu o Projeto que, hoje, está funcionando brilhantemente na Câmara Municipal, do nosso sistema de ar condicionado, mostrando a necessidade de integração entre o conhecimento acumulado nesta Universidade e a sociedade. Deve haver novas perspectivas de integração. Hoje pela manhã, juntamente com a Vera. Clênia Maranhão, nós analisávamos o processo de compra de papel não-clorado pela Câmara Municipal e sentíamos a necessidade de um parecer técnico que esta Universidade tem condições de dar sobre a qualidade do material que estava sendo ofertado na licitação.

Eu gostaria de deixar, aqui, a homenagem da Bancada do Partido dos Trabalhadores por esses cem anos. Eu, particularmente, faço parte de uma pequena célula desses cem anos; são 23 anos em que convivo com a Escola de Engenharia. Quero deixar o convite, enquanto Professor, enquanto Vereador, para que, nos próximos cem anos, nos integremos mais ainda, no sentido de que o conhecimento aqui elaborado, aqui acumulado seja acessível à população de Porto Alegre,  especialmente à nossa Casa Legislativa, para a qualificação dos nossos trabalhos. Sabemos muito bem que só teremos a ganhar com a integração Universidade/Legislativo Municipal. Parabéns, Escola de Engenharia! Amanhã pela manhã, teremos, em frente à Escola de Engenharia, um evento a mais desse conjunto com que estamos comemorando este centenário. Mais uma vez, parabéns! Estamos, tranqüilamente, caminhando para mais cem anos com a mesma glória, com a mesma vibração que existe no seu corpo docente, no seu corpo discente e entre os seus funcionários. Muito obrigado.  ( Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)  

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra pela Bancada do PTB.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente. (Saúda os integrantes da Mesa.) Nós do Partido Trabalhista Brasileiro, e eu, particularmente, na condição de Presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara, não poderíamos deixar de estar aqui, neste momento, prestando a nossa homenagem aos cem anos da Escola de Engenharia. A gente sempre pensa no que vai falar num momento como este. Da Escola, todos os elementos estão fornecidos pelos catálogos, mas existem alguns dados muito interessantes. Vejo, por exemplo, que, criaram vários cursos que redundaram em institutos e escolas que, antigamente, eram técnicas e que, hoje, já não são mais técnicas: o Parobé a Escola Técnica Ernesto Dornelles. Tratadas como escolas de 1º e 2º graus, as escolas técnicas estão terminando no nosso País. Parece que não se quer formação de nível médio especializado, mas há de se fazer um movimento em sentido contrário.

Eu  via,  também, que,  nessa mobilização,  chamaram a sociedade, e a sociedade e a sociedade contribuiu espontaneamente, financeiramente para a criação desses diversos institutos que aqui estão nominados, inclusive o nosso hoje Júlio Castilhos. Houve, então, a mobilização, a participação da comunidade. Hoje, vem-se plantando a idéia, neste País, de que, na educação, a comunidade não deve contribuir, não deve participar; só o Governo tem obrigação. Para mim, essa é uma visão totalmente errada; tem de haver a participação de todos no processo da educação. Ninguém pode se omitir. O Governo tem as suas responsabilidades fundamentais no processo da educação, na construção de toda uma estrutura educacional no País, mas a sociedade não pode se omitir. Jamais! Isso eu creio que a Escola de Engenharia traz como uma base importante de princípios na sua construção inicial, que deram resultados tão positivos à sociedade. Esses 10.800 e poucos engenheiros formados pela Escola, esses doutores, esses profissionais da mais alta qualidade,  que contribuíram para Desenvolvimento do País, iniciaram todos de um processo de mobilização comunitária. Sem isso nada acontece. O que tem faltado no nosso País é essa visão de participação comunitária. Acho que a Escola de Engenharia dá essa contribuição e, se formos ver o seu passado, veremos que iniciou, justamente, fruto dessa mobilização e, de repente, no País, deu-se uma coisa que não pode mais acontecer. Estamos conseguindo, através de muita discussão, reverter esse processo que eu considero não-positivo para o desenvolvimento da educação, que é achar que ninguém deve participar e contribuir para que o processo da educação se desenvolva. Muito bem fez o Ministro da Educação recentemente, quando, ouvindo uma reivindicação nossa, está repassando verbas às Associações de Pais e Mestres no País inteiro. Isso  porque sabem da experiência positiva que se tem no Rio Grande do Sul. Estivemos, em abril do ano passado, com o Ministro e mostramos a ele o seguinte: “Ministro, o Governo, sozinho, não faz nada; tem que haver o apoio da comunidade. Não adianta pegar o dinheiro do Governo e jogar dentro de uma instituição, achando que, assim, estarão resolvidos os problemas”. Não, tem que haver a participação direta da sociedade, da comunidade, da estrutura que compõe esse organismo. Faço esse registro, para mim muito importante, porque, pegando as raízes do passado, que, aliás, a gente não está muito acostumado preservar, temos os ensinamentos para o presente e para o futuro. Isso está, justamente, estampado na própria iniciação da formação da Escola de Engenharia.

Quero dar um último adeus ao meu particular amigo, Antonio Gonzalez, que, lamentavelmente, nos deixou. Ele sempre dizia: “Está chegando o meu advogado”.

Assim ele brincava comigo. Grande amigo de grandes caminhadas, de grandes andanças. Peço desculpas por me retirar, mas fiz questão de vir aqui para deixar a minha homenagem à Escola de engenharia, ao seu corpo técnico, à sua Direção, ao seu corpo de funcionários, dizendo que não esqueçamos que o Espírito comunitário é fundamental em qualquer empreendimento, e a educação, mais do que nunca, precisa desse espírito comunitário. Muito obrigado. Meus parabéns a todos. ( Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O  SR. PRESIDENTE: Gostaríamos  de   registrar  a  presença  do Ver.  Lauro Hagemann. O Ver. Airto Ferronato está com a palavra. Fala em nome do PMDB.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Exmo. Sr. Presidente da Câmara, Ver. Issac Ainhorn. ( Saúda os membros da Mesa.) É uma satisfação falar, neste ato, em meu nome e em nome da Bancada do PMDB na Câmara Municipal de Porto Alegre. Tive a oportunidade de estar na Mesa Diretora da Câmara durante cinco anos ininterruptamente, como Secretário, como Vice-Presidente, no ano passado, como Presidente, e a Câmara, em poucos momentos, promoveu sessões solenes fora da suas dependências. Vemos hoje, com satisfação, esta Sessão sendo realizada aqui na Universidade Federal. A importância da UFRGS no contexto da nossa cidade, do nosso Estado e do nosso País não carece de maiores informações, porque todos nós temos essa experiência. Recebemos, sentimos o respeito que esse nosso País traz ao Rio Grande do Sul, mas em especial o respeito que esse País tem quando se fala da nossa Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E não me canso de dizer que sou filho de colonos, natural, criado, nascido no interior do interior Arvorezinha, pequeníssima cidade do interior do Rio Grande do Sul. E nós, onde estamos, sentimos como é bom sabermos que lá na nossa terra, algo, alguma instituição, poderes funcionam muito bem. E como é bonito nós, os porto-alegrenses de coração, sabermos, sentirmos que aqui em Porto Alegre temos esta instituição maravilhosa, que é a UFRGS, e, dentro da UFRGS, temos a centenária Escola de Engenharia.

Também,  como muitos dos Senhores, por muito tempo fui professor universitário. Não me canso de dizer que as faculdades e nós, como professores, num determinado momento da história, ensinamos para sermos empregados. Ou seja, nos formamos, buscamos as nossas informações. Os nossos próprios currículos nos levam a esta tendência de estarmos formados para pensar e eu, particularmente, fiz concurso público e me sinto muito bem sendo funcionário público. Agora, nos formamos para sermos empregados ou na iniciativa privada ou no setor público. Sempre digo e repito da importância da Universidade formar, instruir, mostrar caminhos para os empreendedores.

Vimos com satisfação que a Escola de Engenharia da UFRGS, centenária, tem formado brilhantes engenheiros. E, destes, temos inúmeras empresas nacionais com nome, aqui no Estado, País e exterior, constituídas por engenheiros formados aqui, na nossa Universidade Federal. É um registro que acredito ser importante.

Não  poderia  concluir a exposição  sem dizer que,  como professor de Ciências Contábeis e Economia e, os alunos dizem que têm pavor de política, não gostam, que o negócio deles é técnico. A Engenharia tem contribuído muito para a vida política do nosso País, nosso Estado e, especialmente, da nossa Capital. Citaria um nome, de engenheiro, que para mim significa o engenheiro porto-alegrense, Ver. João Dib. Enquanto engenheiro que contribui pela sua experiência, preparo, competência, cultura a nível nacional, citaria o meu querido amigo, nosso Deputado Luiz Roberto Ponte.

Daí,  então,  com estas palavras modestas, quero cumprimentar a nossa Escola de Engenharia, a sua direção, seus alunos, seus professores. Parabéns.

O  povo  de  Porto Alegre,  o povo  rio-grandense  está  de parabéns por termos uma Escola nesse nível de competência e qualificação. Um abraço e parabéns a todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Com a palavra o Ver. João Dib, que fala pela Bancada do PPB.

             

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Ver. Isaac Ainhorn; Magnífico Reitor, em exercício, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Sérgio Nicolaiewsky; Exmo Sr. Diretor da Faculdade de Engenharia da UFRGS, prof. José Carlos Ferraz Henemann; Colegas; Senhores e Senhoras.

Por certo, o jovem que há meio século atrás, das salas do Colégio Júlio de Castilhos, olhava a Escola de Engenharia jamais teria pensado que ele um dia estaria homenageado o centenário da Escola.

Nós,  os engenheiros,  marcamos o tempo com muita precisão. Mas, na verdade, o tempo se marca de muitas formas: cem anos são trinta e seis mil, quinhentos e vinte cinco dias. Mas será que isto é tempo para ser contado? Será que isso é a vida de uma criatura humana, que aos cem anos já está em estado precário, se é que consegue chegar aos cem anos. E uma escola, uma instituição aos cem anos está jovem, forte, remoçada, atualizada e capaz de realizar muito mais do que aquilo que fez até hoje.

O Ver. Antonio Hohlfeldt dizia que os que estudam na área humanística social, chamam os engenheiros de chatos, e nós os chamamos de sonhadores.

Bem acho que o engenheiro é um sonhador também. E sonhar é uma coisa muito importante. Sonhar, sabendo que podemos transformar o sonho em realidade. E muitas vezes nós fazemos isso. O Engenheiro aprende a sentir os anseios da sua coletividade, aprende a sentir o  que é o bem comum. E com isso ele sonha e muitas vezes realiza.

Não posso deixar passar essa oportunidade dos cem anos da Escola, de lembrar três dos meus professores, e a cada um dos outros com o mesmo carinho daria um abraço.

O  Prof. Leris Espartel,  que foi diretor da Escola,  criatura humana extraordinária, e quando iniciava os trabalhos na Prefeitura consegui dele uma coisa que também era extraordinária. consegui que ele emprestasse para o Serviço de Habitação Popular, que hoje é o DEMHAB, um teodolito, uma mira e réguas, tudo que fosse necessário. Ele disse que eu podia levar por seis meses, pois o Serviço de Habitação Popular não tinha.

Essa figura extraordinária de mestre que eu tive devo relembrá-lo com todo o carinho.

Outro  professor que lembro com todo carinho é o Prof. Luiz de farias, Diretor da Escola, homem sempre sorridente, sempre educado, sempre solicito, extraordinariamente competente.

E o terceiro foi o Prof. Telmo Thompson Flores, laureado da Escola de Engenharia por muito tempo, o único laureado da Escola de Engenharia, homem que mostrou que o homem sonha e realiza, transforma o sonho em realidade, foi o que Telmo fez nesta Cidade, fazendo uma cirurgia extraordinária, que na oportunidade, à semelhança com o que fizemos com Loureiro da Silva, diziam que eram obras faraônicas. E se Telmo não tivesse sonhado e passado pela Prefeitura nós teríamos uma Cidade de absolutamente inviável.

Por isso, nesse momento, quero aproveitar a oportunidade para dizer que confio que a Escola de Engenharia continuará sendo muito maior, mais do que os seus milhares de engenheiros formados, engenheiros que doutoraram e fizeram mestrado, mas, muito mais do que isso, ela continuará servindo à coletividade porto-alegrense, rio-grandense e brasileira, dando-nos orgulho, como outros professores que aqui passaram, alunos que aqui passaram orgulham essa classe que é o engenheiro civil, engenheiro mecânico, enfim todas as especialidades da engenharia, que são cada dia maiores.

Então, meus cumprimentos aos professores atuais, aos professores que no passado estavam aqui. E nossos votos, em nome do Partido Progressista Brasileiro, para que tudo seja cada dia melhor. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)                

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Raul Carrion, que fala pelo PCdoB.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal, Ver. Isaac Ainhorn; Magnífico Reitor em exercício, Prof. Sérgio Nicolaiewsky; Exmo Sr. Diretor da Escola de Engenharia da UFRGS, Sr. José Carlos Ferraz Henemann.

            

Para mim, em nome da Bancada do Partido comunista do Brasil, é uma satisfação particular participar desse evento, porque a minha ligação com a Escola de Engenharia da UFRGS é muito grande, como ex-aluno que ali ingressei em 1964, alguns dias antes do Golpe Militar, e cursei durante os bancos escolares, por quatro anos, o curso de Engenharia Química. Infelizmente, as vicissitudes da luta, a prisão,  o exílio impediram-me  concluísse o curso de Engenharia. Ao retornar, já outros eram os rumos da virada e não tivemos essa oportunidade.

Mas muito aprendemos lá, não só nos bancos escolares, mas nas lutas acadêmicas de então, nas lutas pelas liberdades democráticas, contra o 477, contra o 464, na luta contra os acordos MEC-USAID,  que tentavam transformar a nossa Universidade em mero apêndice de certos interesses internacionais.

Falar da trajetória da Escola de Engenharia da UFRGS, em todos os frutos que teve, tantas faculdades, escolas, institutos  que gerou seria supérfluo, porque todos aqui são conhecedores.

Por isso queria fazer uma reflexão não só sobre os méritos, porque penso que homenagear os cem anos não é só vermos os êxitos e as glórias. Mas, homenagear os cem anos, hoje, acredito que é manifestarmos as nossas inquietudes, as nossas preocupações sobre o futuro da nossa Universidade em geral, do ensino, a pesquisa, e a pesquisa tecnológica em particular.

Neste sentido, quero manifestar, em nome da Bancada do PCdoB, a nossa grande preocupação com o sucateamento material e funcional a que está hoje submetida a nossa Universidade, que se expressa, por um lado, nos quase vinte meses de congelamento salarial da nossa Universidade e o conjunto dos funcionários públicos. É inviável pensar num futuro radioso para nossa Universidade ao manter os nossos pesquisadores numa situação de indigência através dessa política econômica.

A  nossa  preocupação,  também,  com  os  cortes de verbas,  com o desrespeito às norma constitucional dos 18% para a educação. E muitas vezes este discurso neo liberal, que contrapõe a Universidade ao ensino primário -”gasta-se muito na Universidade e deveríamos estar usando é no ensino primário”. Sem compreender que sem uma matriz tecnológica, uma matriz do pensamento, do conhecimento, como a Universidade, não há uma Nação soberana.

A nossa  preocupação com outras medidas, como o atropelamento do Substitutivo Sabóia, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, discutido e amplamente consenso na sociedade e que foi, simplesmente, deixado de lado recentemente.

A nossa inconformidade com a Medida Provisória nº 932, que abastardou o

Conselho  Nacional de Educação e que impôs um retrocesso histórico no processo de reitor da nossa Universidade. Ainda recordo: quando ingressava na Universidade ainda estava a Greve do 1/3. Hoje, estamos numa situação que retrocedemos, inclusive, a dois, três ou quatro anos atrás.

O  nosso  repúdio  ao  chamado PEC 233 ,   Projeto  de  Emenda Constitucional, que retira da Constituição a autonomia da Universidade.

Algo que me recordo: o meu pai foi Diretor da Faculdade de Economia, da Faculdade de Filosofia, foi Reitor, em exercício, algumas vezes. E como aprendi a importância da autonomia da Universidade! Pois isso, meus amigos, está a um fio, à medida que for retirada da Constituição qualquer Emenda Constitucional, das quase mil que o País já tem, das mais de setecentas que só esse Governo já editou. Qualquer Medida provisória acabará com a autonomia da Universidade.

Para finalizar, quero dizer que,  evidentemente, só os ingênuos pensariam que o Projeto neoliberal no nosso País não atingiria a nossa Universidade. E se estes ingênuos ainda existissem, a simples aprovação da Lei das Patentes, que simplesmente hipotecou o futuro tecnológico do nosso País, seria suficiente para que a sua ingenuidade desaparecesse.

Queríamos  dizer,  então,  que  temos  que  fazer que os  cem anos  da Engenharia, que é um marco na construção de uma tecnologia nacional, da criação de um País livre e soberano, esses cem anos devem ser, além de uma homenagem, devem ser também um brado de alerta em defesa da Universidade pública e gratuita, em defesa da autonomia tecnológica do nosso País, em defesa da soberania nacional.

Longos anos de vida para a Escola de Engenharia, a minha Escola de Engenharia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol, que fala pelo PFL.

            

O SR. REGINALDO PUJOL:  Exmo. Ver. Isaac Ainhorn, Presidente da Câmara Municipal; Exmo. Prof. Sérgio Nicolaiewsky, Magnífico Reitor em exercício da UFRGS; Exmo. Sr. Diretor da Escola de Engenharia da UFRGS, Prof. Carlos Ferraz Henemann; Meus Senhores, minhas Senhoras, Srs. Funcionários, Srs. Professores, colegas Vereadores.

Evidentemente que as circunstâncias são tradicionalmente as responsáveis pela mais profundas elucubrações que o ser humano pode realizar. Aliás, Ortega X Gasset já dizia que o homem é ele e as suas circunstâncias.

Circunstancialmente  estou aqui como representante do Partido da Frente Liberal na Câmara Municipal, porque a nossa circunstância não o permitiria de forma diversa, eis que o único representante desse Partido com assento no Legislativo da Cidade e impossibilitado por circunstâncias especiais de ter feito, como era o meu desejo, que o meu colega de quadros partidários, Eng. Antônio Carlos Pereira de Souza, houvesse assumido o mandato nesta semana em decorrência do meu estado gripal bastante avançado e com isso pudesse, com propriedade devida, ser o representante da nossa corrente de pensamento político nessa solenidade em que, com muita justiça, é homenageado o centenário dessa respeitável instituição de ensino superior, que é a Escola de Engenharia da Universidade Federal do  Rio Grande do Sul.

Mas, superada a circunstância, eis-nos aqui quem sabe para que nesse dia histórico e tão singular pudesse ficar bem caracterizado a posição dessa Escola que sempre agasalhou pessoas das mais diferentes correntes políticas, todos eles comprometidos, de uma forma ou outra, com o objetivo mais amplo, que era de aqui buscar o conhecimento necessário para, com sua ótica política e com sua visão pessoal, servirem a comunidade, a sociedade, e contribuírem, como contribuíram, para o progresso, especialmente da Cidade de Porto Alegre. Nem poderia ser outra história da Escola de Engenharia, esta Escola que agasalhou, nos seus quadros de alunos e professores, gaúchos e brasileiros dos mais ilustres, alguns dos quais tiveram o privilégio, como João Antônio Dib, de serem supremos mandatários desse Município, como foram, no passado, João Simplício de Carvalho, João Vespúcio de Abreu Lima, Juvenal Otávio Muller, Guido Carneiro da Fontoura, Gregório de Paiva Meira, e também Álvaro Nunes Pereira, os seus fundadores, que, naquele momento, mais do que conseguiram mais tarde professores e alunos desta Escola que iriam servir a comunidade de Porto Alegre em vários seguimentos, mais do que quaisquer outros, eles, por sua iniciativa pioneira de criar a Primeira Escola Politécnica da América do Sul, eles, nesse dia e nessa hora, se impõem ao nosso respeito e à nossa referência. É óbvio que uma idéia bem nascida como essa haveria de germinar e frutificar. De tal sorte que muitos dos seus galhos, seus institutos iniciais, hoje são unidades universitárias autônomas, dado que a abrangência politécnica da iniciante Escola de Engenharia de cem anos atrás açambarcava não só a Escola tradicional do dia de hoje, mas as áreas que hoje são do ensino médio, como o Parobé, o antigo e extinto Cussiart de Araújo, o Instituto de Química Estadual, o Instituto Júlio de Castilhos, o Instituto Pinheiro Machado, o Instituto Mntaury, o Instituto Borges de Medeiros e os institutos de Zootecnia e Agricultura. Todos eles, na sua maioria, hoje transformados em Universidades ou escolas de grau médio, demonstram a importância e relevância daquele ato de desassombro que no século passado fez nascer a nossa Escola de Engenharia. Essa Escola por onde um dia passou Otávio Rocha, Ildo Meneghetti, Gabriel Pedro Moacyr, Leonel de Moura Brizola, Thelmo Thompson Flores e o meu querido João Antonio Dib, todos eles, num determinado momento, Prefeitos da nossa Cidade.

A eles todos quero prestar as minhas homenagens, Pegoraro. Me refiro a ti, Pegoraro, como poderia me referir ao Escat e a tantos outros engenheiros quer partilharam comigo daqueles momentos de vivência universitária em que juntos sonhávamos com um Brasil diferente daquele que vivenciámos. E de certa forma nos comprometíamos a nos engajar numa luta que, por estradas diferentes, em muitos casos, pudesse nos levar à realização daquele sonho.

Por isso, me sinto muito feliz e muito honrado em ter sido, no dia de hoje, o contraponto e a diversidade cultural e ideológica da Casa do Povo de Porto Alegre. Eu, o único liberal da Casa, saúdo a todos que representam os cem anos de história fecunda.

Peço permissão a todos para sintetizar essa homenagem em um engenheiro que aprendi a respeitar na convivência, eu construindo casas populares e ele sendo um respeitável empreiteiro da construção civil, Luiz Roberto Ponte, que sintetiza as minhas homenagens. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)     

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Lauro Hagemann, que fala pelo PPS.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Ver. Isaac Ainhorn, Exmo Prof. Sérgio Nicolaiewky, representando a Reitoria; prof. José Carlos Ferraz Henemann, Diretor da Escola de Engenharia; Srs. Professores; Srs. Vereadores; Senhoras e Senhores.

É absolutamente pertinente a realização desta Sessão Especial da Câmara de Vereadores aqui, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A Escola de Engenharia nos merece o maior respeito e a mais profunda admiração. Porque é impossível se registrar a história do desenvolvimento industrial desse Estado sem falar na Escola de Engenharia. Aqui, por cem anos se pensou, se pensa o desenvolvimento do nosso Estado. Os nomes que por aqui passaram são de todos conhecidos, não vamos privilegiar este ou aquele. A longa história dos cem anos diz tudo o que se poderia dizer. E estes cem anos estão intimamente ligados ao processo de desenvolvimento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e nosso Estado. E a Escola de Engenharia é uma das molas mestras dessa Universidade. Se em algum lugar do mundo se ouve falar na UFRGS, nesses lugares terá que se falar na Escola de Engenharia.

Nós temos a pretensão de dizer que esperamos da Escola de Engenharia ainda muito para embasarmos o nosso processo de desenvolvimento. Os novos ramos da Engenharia, todos aqueles que na Ciência e Tecnologia nos desafiam estão embutidos aqui nessa Escola.

Tenho que fazer coro ao Ver. Carrion e dizer que, infelizmente, a política de terra arrasada com que o Governo Federal está brindando este País não nos alimenta muita esperança. Mas tenho confiança muito grande na sociedade brasileira, especialmente na comunidade universitária. Nós é que teremos que reagir contra esse estado de coisas, porque, senão, nosso País vai ser relegado a um plano secundário nesse processo de desenvolvimento.

E pelo que a Escola de Engenharia já realizou, pelos nomes com que ela se apresentou à sociedade porto-alegrense, rio-grandense brasileira, ela terá condições, no futuro, de continuar esse trabalho. Jovens engenheiros, jovens técnicos estão se apresentando para assumir o lugar daqueles que já estão cedendo seus postos. Esses cem anos da Escola de Engenharia estão sendo muito bem comemorados pela Câmara Municipal de Porto Alegre, porque a nossa Câmara representa esse espectro político-social de uma Cidade e está representada aqui neste Plenário.

Por isso volto a dizer que é absolutamente pertinente essa Sessão Solene que a Câmara realiza na Universidade, homenageando os cem anos da Escola de Engenharia.

Esperamos que a Escola de Engenharia continue nos dando aquilo que a sociedade  rio-grandense sempre dela esperou e sempre dela recebeu. Ela não vai nos faltar, porque uma sociedade sem esse tipo de instituição está, fatalmente, condenada ao desaparecimento. E nós não pretendemos que isso aconteça.

Parabéns aos dirigentes,  aos  engenheiros  que construíram,  nestes cem anos, esse conceito. E que possamos, brevemente, voltar aqui para dar conta de outras iniciativas que façam com que a Escola de Engenharia prossiga nessa trilha que há cem anos vem perseguindo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

 O SR PRESIDENTE: Encerradas as manifestações das diversas Bancadas com assento na Câmara Municipal de Porto Alegre, temos a honra de, nessa oportunidade, conceder a palavra ao Prof. Jarbas Militinsky, que falará em nome da Escola de Engenharia.

 

O SR. JARBAS MILITINSKY: Prezados Vereadores, representantes de instituições, colegas, engenheiros e funcionários, foi com grande satisfação que eu recebi a incumbência de me manifestar em nome da Escola de Engenharia por ocasião da comemoração dos cem anos desta instituição, da qual eu tenho orgulho de fazer parte nos últimos 33 anos, inicialmente como aluno e depois como professor. Nós estamos hoje recebendo uma homenagem e comemorando o centenário de uma instituição. E, quando isto acontece, precisamos olhar um pouco para o passado, bastante para o presente e certamente precisamos nos concentrar numa perspectiva de qual deve ser o desafio do futuro desta instituição. Boa parte da minha manifestação - eu não tenho o dom da oratória dos Srs. Vereadores - a respeito do passado desta instituição já foi abordada pelos Srs. Vereadores. Eu apenas diria que a Escola de Engenharia nasceu na última década do século passado, fruto da iniciativa de homens que tinham uma visão que ultrapassava o seu próprio tempo, que tinham uma perspectiva diferenciada. Essa iniciativa de fundação de uma instituição que tivesse a habilitação de resolver os problemas do Estado do Rio Grande do sul teve uma aceitação muito grande não só por parte das instituições oficiais do Governo do Estado, mas da sociedade, que fez donativos e com a qual esta instituição de identificou ao longo de sua trajetória. Em 1922, a Escola de engenharia tornou-se uma Universidade técnica e, com qual, teve uma série de instituições, que são entidades independentes. Transformou-se em universidade em 1934, em Decreto assinado pelo Governo Estadual. Em 1947, passou a denominar-se Universidade do Rio Grande do Sul e em 1950 foi federalizada.

É importante ressaltar o papel que esta Universidade presta. Os críticos dizem que esta Universidade, da qual a Escola de Engenharia faz parte, não tem relação ou compromissos com o Estado. A nossa Universidade é federal, mas é Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Praticamente todas as instituições governamentais do nosso Estado e dos estados vizinhos tiveram, ao longo da sua criação, estabilização e, ao longo da sua vida, participação dos professores e dos egressos da Escola de Engenharia, começando pelas secretarias municipais, secretarias de Estado, pelas entidades públicas e privadas e pelo setor produtivo do Rio Grande do sul e outros estados brasileiros. Eu não tenho nenhuma dúvida que a qualidade de vida no nosso Estado, avaliada positivamente quando comparada com outros estados brasileiros, tem como um dos responsáveis ou fator deflagrante a Escola de Engenharia, por sua contribuição no aumento da capacidade de geração de empregos, bens e serviço. Certamente a nossa escola contribui para esta qualidade de vida que foi avaliada pela UNESCO.

Esta  Escola de Engenharia  é  uma  instituição pública que contribui, de forma insubstituível, para o progresso e para o desenvolvimento. Aqui, nesta instituição, podemos testemunhar o Estado como poder, cumprindo com uma de suas responsabilidades, de forma qualificada e competente, que é a educação de nível superior. Se este é o passado da Escola de Engenharia, o presente mostra a presença de oito departamentos civil, materiais, mecânica, eletro, minas, metalurgia, química, e nuclear, sete cursos de graduação, seis cursos de pós-graduação, quarenta e oito laboratórios de ensino e pesquisa e um centro tecnológico. Para dar uma idéia da escala da Escola de Engenharia, as vagas do vestibular são 532 e hoje a nossa escola tem 3.100 alunos matriculados, cursando a graduação.

Na  década  de 50,  a  Escola  tinha os melhores profissionais do meio atuando como professores. Hoje, ela tem o desenvolvimento produzido em seus laboratórios, nas suas diversas atividades, desenvolvidos através de professores com tempo integral e formação pós-graduada. A concentração de qualidade na Escola de Engenharia hoje a destaca no cenário nacional. A Escola de Engenharia tem, 159 professores, dos quais 79 doutores, 54 mestres e outros graduados. É importante reconhecer a velocidade do avanço do conhecimento, nos dias atuais, é vertiginosa. É importante para os egressos da Escola de Engenharia estarem preparados para essa mudança vertiginosa. Na escala da pós-graduação, nós já formamos 609 mestres e 32 doutores, profissionais estes que atuam na rede universitária do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, empresas privadas e estatais, e promovem o desenvolvimento da nossa sociedade. A produção científica dos professores e alunos da Escola tem reconhecimento nacional e internacional, com a presença de seus membros em comissões de normas do Brasil, em sociedades científicas, como relatores em congressos e outras instituições. A integração com o setor produtivo, tanto público como privado, teve alterado o seu patamar com a instituição dos cursos de pós-graduação e do tempo integral como regime docente. Parcerias e consultorias para solução de problemas da Cidade, do Estado, problemas nacionais, foram objetos de atividade a partir da década de 70, sendo extensa a lista de problemas cuja solução foi objeto da atividade de professores, alunos e técnicos da Escola em todas as áreas de atividade da engenharia.

O desafio que se coloca hoje  frente à Escola de Engenharia é o mesmo daquele enfrentado no início do século pelos seus fundadores. Ele apenas tem complexibilidade e abrangência diferentes. O engenheiro do século 21 deverá ter como características principais a capacidade de acompanhar a rápida evolução do conhecimento e da técnica; deverá ter o domínio de línguas para participar da globalização da economia; deverá ter capacidade para trabalhar em equipe, com uso intensivo de informática; e deverá ter uma forte base teórica fundamental. Para a formação do engenheiro do futuro, simplesmente apresentar soluções para os problemas de hoje será da limitada valia; ele precisa saber “por que e não ”como”. OKnow-how” fica no segundo plano. Hoje, nós precisamos ensinar os engenheiros a aprender sozinhos a saber porquê. Isso só pode ser atingido se a formação dos futuros engenheiros for feita num ambiente de pesquisa, pois os métodos, o processo e a lógica são inerentes a esta atividade. Com a base atual, com os cursos de pós-graduação influindo na graduação , com as parcerias com a sociedade - instituições públicas e privadas -, temos certeza que contribuiremos para a mudança necessária para superação dos problemas atuais da nossa sociedade, aumentando a capacidade de geração de riqueza e de emprego, riqueza esta a ser distribuída de forma mais equânime na sociedade.

Ao longo destes cem anos, a Escola e seus egressos se constituíram em

verdadeiros agentes de transformação na sociedade. Que possamos ter, no futuro, indivíduos com a mesma visão moderna, dedicação, desprendimento e excelência daqueles que nos antecederam e da atual geração de participantes desse processo fantástico de educação e cidadania para que a contribuição desta instituição possa mudar para melhor a nossa sociedade! Nossos agradecimentos à Câmara de Vereadores por esta sessão especial, entendendo que a mesma reflete o sentimentos dos cidadãos desta Cidade em reconhecimento à contribuição desta instituição venerável cronologicamente e muito jovem, no espírito, para a Cidade. Muito obrigado. ( Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. José Carlos Ferraz Henemann,  Diretor da Escola de engenharia, está com a palavra para as considerações finais.

      

O SR. JOSÉ CARLOS HENEMANN:  Sr.  Presidente,  Isaac Ainhorn; prof. Sérgio Nicolaiewsky, Reitor exercício UFRGS, eu gostaria de em nome da direção da Escola de Engenharia, da comunidade da escola, que atualmente labuta n ensino, na extensão, na pesquisa, e também pedir vênia aos meus caros professores aposentados que prestigiam esta Sessão, agradecer à Câmara de Vereadores, aos Vereadores, pelas manifestações brilhantes e emotivas, enaltecendo o centenário da Escola de engenharia.

Gostaria  de  formalizar o nosso agradecimento,  fazendo a  entrega ao Presidente da Câmara de Vereadores do primeiro exemplar da medalha do centenário da nossa Escola.

 

(Procede-se à entrega da medalha.)   ( Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Mais uma vez manifestamos a honra, em nome da Câmara Municipal, de ter tido a possibilidade de realizarmos este evento tão importante para a vida da Cidade de e do Estado, constituindo as homenagens alusivas ao centenário da Escola de Engenharia. As manifestações dos Srs. Vereadores foram claras, carinhosas e emotivas pelo quanto representa esta instituição no conhecimento e para saber em nosso Estado. Mais uma vez, Prof. Henemann; Reitor em exercício, Prof. Nicolaiewsky, nossos mais profundos agradecimentos, extensivos aos professores desta Escola, bem como àqueles professores que deram sua importante contribuição para esta centenária instituição.

Está encerrada a Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h52min.)

 

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